DPPH, C18H12N5O6
Química Nova Interativa
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O DPPH•, 2,2-difenil-1-picril-hidrazila, fórmula C18H12N5O6 - 394 g.mol-1, é um sólido (T.F. 130 °C) nas condições ambiente. Observa-se um átomo de N com um elétron desemparelhado, sendo um radical livre.

 

 


Na molécula de 2,2-difenil-1-picril-hidrazila, salienta-se:

 

 

 

 

 

Fig.0

Fig.1

 

Os radicais livres, por apresentarem um elétron desemparelhado, são instáveis e muito reativos. Portanto, tem tempo de vida muito pequeno. No caso do DPPH, observa-se uma certa estabilidade, que pode ser explicada pelo fato de sua estrutura possuir ligações duplas alternadas nos anéis benzênicos, sofrendo assim efeito de ressonância, muito eficaz para estabilizar carga eletrônica por dispersá-la por toda molécula. Dessa forma, a espécie radicalar DPPH se torna mais estável e menos reativa. Além disso, os grupos NO2 no anel picri-hidrazila auxiliam na estabilização do elétron desemparelhado, descentralizando-o, pois são grupos retiradores de elétrons. Esses efeitos eletrônicos associados explicam o fato do DPPH ser um radical livre relativamente estável, e por essa característica revolucionou as pesquisas com radicais livres.

fig.1

Figura 2 - Teste de captura do DPPH em concentrações diferentes de um antioxidante.

O DPPH foi descoberto por Goldschmidt e Renn em 1922, sendo bastante utilizado em pesquisa de reações envolvendo radicais livres. Mas sua principal aplicação é como reagente colorimétrico em testes para verificar a ação antioxidante, mais conhecidos como testes de captura (do inglês scavenge) do DPPH.

O DPPH pode agir como um capturador de outros radicais livres ou de substâncias neutras capazes de estabilizá-lo. As substâncias com propriedades antioxidantes possuem essa capacidade. No teste de captura com DPPH ocorre uma reação de oxi-redução, onde o DPPH, que apresenta coloração violeta, é reduzido, ou seja, o elétron desemparelhado do nitrogênio se emparelha com o elétron cedido por um radical hidrogênio de um antioxidante, tornando a solução amarela e ocorrendo a formação do DPPH-H, reduzido e estável. É essa característica de mudança de coloração que permite o acompanhamento visual da reação.

 

Fig.2

Figura 3 - Redução do radical livre DPPH pelo flavonóide antioxidante quercetina.

 


Relação com o cotidiano
Substâncias antioxidantes têm a capacidade de reagir com radicais livres e os transformar em espécies estáveis não reativas, antes que ataquem as nossas células e causem danos ao DNA ou oxide lipídios e proteínas.
Esses danos são associados ao envelhecimento celular e a várias doenças, como por exemplo as neurodegenerativas, a exemplo do mal de Alzheimer.
No nosso organismo, a produção de radicais livres pode ser controlada por substâncias antioxidantes adquiridas através da alimentação, tais como, tocoferóis (Vitamina E), ácido ascórbico (vitamina C), flavonoides e outros, além de também poder ser controlada por enzimas antioxidantes. A enzima superóxido dismutase tem a capacidade de diminuir a reatividade do radical superóxido transformando-o em peróxido de hidrogênio.

 

Fig.3

Figura 4 - Ação da enzima superóxido dismutase (SOD) sobre o radical superóxido

 

 

Créditos:
Contribuição de Felipe de Amorim Teixeira, aluno do Curso Técnico em Química, sob orientação da professora Carmelita Gomes da Silva do IFRJ - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - Campus Nilópolis