Quinina, C20H25N2O2
Química Nova Interativa
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A quinina, (6-metoxi-4-quinolil)(5-vinil-1-azabiciclo [2.2.2]-2- octil) metanol, fórmula C20H25N2O2 , 325.42 g.mol-1, é um sólido branco e amargo (P.F. 176-177°C).

Na molécula de quinina, salienta-se:

 

 

Por muitos séculos, a quinina foi o fármaco escolhido para o tratamento da malária. A malária é uma doença parasitária infecciosa causada por um protozoário do gênero Plasmodium. Deste, quatro espécies infectam o ser humano: P. vivax, P. falciparum, P. malariae e P. Ovale, os quais são transmitidos ao homem por fêmeas de mosquito do gênero Anopheles infectadas.Está presente em grande parte das regiões tropicais e subtropicais do mundo, e apesar de ser uma doença antiga (desde 335-323 a.C.) é contraída por 300-500 milhões de pessoas anualmente, provocando cerca de 2 milhões de mortes. Trata-se portanto de um grande problema de saúde pública.

 

Planta

Cinchona calisaya. Ilustração do botânico alemão Hermann Adolf Köhler (séc XIX) e sua casca (à dir.).

O primeiro tratamento para malária foi realizado através de chás e bebidas preparadas pelos índios sul americanos com a casca da Cinchona sp., árvore nativa do Peru que ficou amplamente divulgado na Europa pelos padres jesuítas. Para suprir a demanda pela árvore, muitas colônias européias passaram a cultivar espécies deste gênero.

Em 1820, Pelletier e Caventou isolaram o alcalóide quinina como o principal componente ativo da casca da cinchona. Sua disseminação cresceu por toda Europa, América do Norte e Ásia. Até a 1ª Guerra Mundial, a Quinina era o único fármaco utilizado para o tratamento da Malária tendo sido proposta uma metodologia sintética para sua obtenção em 1918.
Como as áreas de cultivo da cinchona na Alemanha ficaram afetadas durante a 2ª Guerra Mundial, o governo estimulou a obtenção sintética de novos antimaláricos, já que a síntese era difícil e a produção em larga escala era economicamente inviável.

Curiosamente, a quinina, por ser inodora e de sabor amargo, não só é uma fármaco antimalárico, como é utilizada como flavorizante da água tônica.

A quinina foi obtida inicialmente por Rabe e Kindler em 1918, onde a d-quinotoxina foi oxidada com hipobromito de sódio para gerar N-bromoquinotoxina, sofrendo uma ciclização para produzir quininona a qual, na terceira e útima etapa, foi reduzida a quinina através de pó de alumínio. A síntese da quinina é uma das tantas histórias controversas da química, que envolveu personalidades importantes como o cientista Robert Woodward, que ganhou o prêmio Nobel de química na área de síntese de produtos naturais.

 

Síntese

 

Crédito:

Silvia S. Oigman, doutoranda da PG Química da UFRJ