Metanfetamina, C10H15N
Química Nova Interativa
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A metanfetamina, N-metil-1-fenilpropano-2-amina, fórmula C10H15N - 149,2 g.mol-1 é uma substância sólida (T.F. 171-175 °C) nas condições ambiente.

 

Na molécula de metanfetamina salienta-se:

 


 

1A metanfetamina é o derivado metílico da molécula de anfetamina, que possui dois isômeros ópticos: a L-metanfetamina e a D-metanfetamina. Elas possuem propriedades físico-químicas idênticas, como solubilidade e ponto de fusão, mas possuem diferente disposição espacial, logo, se encaixam de maneira diferente nos receptores resultando em efeitos biológicos completamente distintos. A L-metanfetamina (ou (R)-(-)-metanfetamina) é um simples descongestionante nasal e não possui atividade estimulante. Ela pode ser encontrada na versão norte-americana do descongestionante nasal VapoInhaler, da marca Vicks. Já a D-metanfetamina (ou (S)-(+)-metanfetamina) é uma droga estimulante do sistema nervoso central (SNC) muito potente e altamente viciante. Ela produz uma estimulação psicomotora, euforia e diminuição do apetite.

 

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A anfetamina foi sintetizada pela primeira vez em 1887 na Alemanha, recebendo o nome de alpha-methylphenylethylamine, que foi abreviado para "amphetamine". Somente no final dos anos de 1930 é que começou a ser utilizada na terapêutica para o tratamento da congestão nasal, com o nome comercial Benzedrine. A metanfetamina, ainda mais potente do que a anfetamina, foi sintetizada em 1919 no Japão.

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6Dentro de um curto período de tempo, as pessoas descobriram o poder estimulante das anfetaminas e os medicamentos começaram a ser controlados, necessitando de prescrição médica. A presença do grupo metila na cadeia lateral tanto na anfetamina, quanto na metanfetamina, faz com que as moléculas sejam resistentes à ação da enzima monoamina oxidase, que decompõe as aminas que ingerimos na alimentação, como no queijo, incluindo também aminas endógenas, como a feniletilamina, encontrada no cérebro.

Durante a 2ª Guerra Mundial, as anfetaminas foram muito utilizadas como estimulante para manter a capacidade de combate dos soldados. No período posterior à guerra, existia um excesso de comprimidos produzidos para os soldados, que foram disponibilizados para a população. O Japão foi o primeiro país a sofrer com o abuso de anfetaminas em larga escala. Em muitos países, as pessoas recorriam às anfetaminas para ficar acordadas quando iam dirigir por longas distâncias, estudantes faziam o uso para se manterem em alerta e obter melhores resultados nas avaliações, etc.

7O uso da metanfetamina como droga de abuso tem crescido muito devido aos seus efeitos intensos como a euforia, o aumento do estado de alerta, da autoestima, do apetite sexual e da percepção das sensações e intensificação de emoções. Além disso, ela diminui a fome, o cansaço e a necessidade de dormir. Ela age aumentando a quantidade dos neurotransmissores dopamina, noradrenalina e serotonina na fenda sináptica, aumentando a neurotransmissão monoaminergica. Com o uso exarcebado rapidamente se leva o indivíduo ao vício, provocando paranoias, insônia, depressão, irritabilidade, episódios psicóticos, convulsões, hipertensão, etc. , e podendo chegar à morte.

Várias são as metodologias de síntese da metanfetamina, principalmente em laboratórios clandestinos por todo o mundo. Abaixo são descritas duas rotas sintéticas. A primeira, utiliza a redução da efedrina, já a segunda, utiliza a redução aminativa da fenilacetona seguida da hidrólise com ácido clorídrico aquoso.

 

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Fontes:

http://www.chm.bris.ac.uk/motm/methamphetamine/methh.htm
http://www.ff.up.pt/toxicologia/monografias/ano0607/metanfetamina/Metanfetamina.htm
Autor: Rafael Garrett, doutorando em química do IQ-UFRJ