Combretastatina A4, C18H20O5
Química Nova Interativa
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A combretastatina A4, 2-metoxi-5-[(Z)-2-(3,4,5-trimetoxifenil)vinil]fenol, fórmula C18H20O5 - 316,34 g.mol-1 é uma substância sólida (T.F. 116 °C) nas condições ambiente.

 

Na molécula de combretastatina A4, salienta-se:

 


1A combrestatina A4 é uma pequena molécula orgânica da classe dos estilbenos, com ação anticarcinogênica, isolada das cascas da árvore sul africana conhecida como Combretum caffrum (Eckl. & Zeyh.) Kuntze, da família Combretaceae. Ela foi identificada pela primeira vez em 1982 pelo Professor George R. Pettit, diretor do Instituto de Pesquisa do Câncer, Universidade Estadual do Arizona, EUA. Os pesquisadores desse Instituto não só isolaram a combrestatina em quantidades suficientes para realizar testes clínicos, como também fizeram sua síntese total e produziram derivados fosfatados solúveis em água. 

 

2A árvore Combretum caffrum cresce somente nas margens de rios na Província do Cabo Oriental, África do Sul. Os historiadores locais acreditam que, por mais de 2.000 anos, os árabes negociavam as cascas dessa árvore com o povo nômade San, conhecidos também como Bushmen. Acredita-se que as cascas eram usadas como um tônico geral já que, além da atividade anticâncer, ela também produz uma sensação geral de bem-estar. Assim como em muitos outros extratos naturais, ela pode ser muito perigosa em doses erradas. Isto é bem ilustrado pelo fato do povo Zulu utilizar o extrato das cascas da Combretum caffrum como um veneno em suas lanças. Também é utilizada pela população local para tratar diversas outras enfermidades, como hepatite e malária.

3De uma forma geral, as combretastatinas correspondem a uma classe de estilbenos que possuem dois anéis benzênicos não coplanares substituídos por metoxilas e conectados por uma ponte de eteno, que produz uma rigidez estrutural.

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4A combrestatina A4 age sobre o ciclo de polimerização e despolimerização dos microtúbulos, que são responsáveis pela formação do citoesqueleto das células endoteliais, pela mobilidade da célula e mitose. Ela induz alterações morfológicas no citoesqueleto endotelial da célula tumoral, levando ao bloqueio do fluxo sanguíneo que alimenta o tumor cancerígeno. Pesquisas associando a combrestatina com outros agentes anticâncer, como a carboplatina, cisplatina, vinblastina e também com a radioterapia, têm revelado resultados muito animadores. Essas associações chegam a matar até 95% das células de tumores sólidos.


Fonte:
Baseado no texto de Mike Thompson, Winchester College, UK. Originalmente publicado em:
http://www.chm.bris.ac.uk/motm/combretastatin/combh.htm
Autor: Rafael Garrett, doutorando em química do IQ-UFRJ