Sulfato de bário, BaSO4
Química Nova Interativa
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O sulfato de bário, fórmula Ba S O4, massa 233,39 g.mol-1, é uma substância sólida (T.F 1580 °C) nas condições ambientes.

 

No sulfato de bário, salienta-se:

 


O sulfato de bário (BaSO4) é um sal formado pelo cátion Ba2+ (bário) e pelo ânion poliatômico SO42- (sulfato). É o principal responsável pela formação do mineral barita, que apresenta uma estrutura cristalina ortorrômbica.

1Ele foi inicialmente encontrado na cal, em 1779, por Carl Scheele. Dele derivam muitos compostos de bário, constituindo a principal fonte de obtenção do bário metálico. A China é o país que detém a maior reserva de barita do mundo e é a maior produtora também. De uma forma bem modesta, o Brasil participa com somente 0,3% das reservas e 1,0% da produção mundial.
A barita é frequentemente usada para aumentar a densidade dos fluidos de perfuração em poços de petróleo, servindo como um agente selador. Ela é um insumo de grande importância na indústria de petróleo e gás. Nas indústrias siderúrgicas, químicas, de papel, de borracha e de plásticos, vários produtos são preparados utilizando os compostos de bário, desde cerâmicas à lubrificantes. Outras aplicações da barita incluem a fabricação de concreto pesado, onde atua como um escudo contra a radiação.

Em seu estado puro, o sulfato de bário é um pó fino branco. Ele já foi empregado na produção de cosméticos. Porém, devido a má aderência à pele e transparência insuficiente, caiu em desuso. É usado como um componente do pigmento branco em tintas e em fórmulas pirotécnicas devido à emissão de luz verde quando o bário é queimado.

 

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O sulfato de bário é muito utilizado como um meio de contraste em exames radiológicos. Ele funciona como um marcador tecidual que permite verificar a integridade da mucosa de todo o trato gastrointestinal, delineando cada segmento. É devido a sua alta densidade que a análise pode ser feita. O sulfato de bário não se dissocia em água. O seu KpS é ~ 1,0 x 10-5 mol/L, o que explica a baixa solubilidade. Tal característica impossibilita que ele seja absorvido pelos tecidos, tornando-o um marcador seguro. Em geral, utiliza-se o comprimido oral ou a suspensão oral ou retal, nestes últimos casos, podendo ser preparada pouco tempo antes da realização dos exames. Ele não é metabolizado no organismo, sendo excretado na sua forma intacta.
3Em 2003, um erro cometido na produção do Celobar (um contraste de sulfato de bário), provocou a intoxicação de vários pacientes levando alguns ao óbito. O contraste, que deveria possuir apenas sulfato de bário, apresentou em sua formulação carbonato de bário (BaCO3). Este último é um sal altamente solúvel e, em contato com o ácido do estômago, se dissocia liberando íons Ba2+, que são muito tóxicos. Ao ser absorvido, o Ba2+ pode provocar cólicas, diarreia, vômito, convulsões e até a morte. Diferentes hipóteses foram levantadas acerca do que motivou esta terrível falha. As duas principais questionavam o interesse da empresa produtora em ter menos gastos com a matéria-prima em prol de aumentar os lucros, e uma possível carência da matéria-prima.

A fim de se promover uma maior segurança, as suspensões de BaSO4 são preparadas em uma solução de sulfato de potássio (K2SO4). Este sal é solúvel em água e funciona como um tampão, controlando a formação do sulfato de bário e evitando a presença de íons livres de Ba2+ na suspensão.

 

Fonte: 

http://www.unifesp.br/reitoria/residuos/curiosidades/caso-celobar
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422007000200048
http://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/summary/summary.cgi?cid=24414&loc=ec_rcs#x321  
http://dailymed.nlm.nih.gov/dailymed/drugInfo.cfm?id=31506
http://www.dnpm.gov.br/assets/galeriadocumento/sumariomineral2004/BARITA%202004.pdf

Créditos: 

Hannah Domingos, graduanda do curso de Farmácia da UFRJ, sob a orientação de Rafael Garrett, doutorando em Química do IQ/UFRJ.