Minoxidil, C9H15N5
Química Nova Interativa
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O minoxidil, 6-piperidin-1-il-pirimidina-2,4-diamina 3-óxido, fórmula C9H15N5O - 209,25 g.mol-1, é uma substância sólida branca (T.F. 248°C) nas condições ambientes.

 

Na molécula do minoxidil, salienta-se:

 


Minoxidil é um fármaco com ação anti-hipertensiva vasodilatadora, que tem a capacidade de retardar ou impedir a queda de cabelos, além de promover seu crescimento. Devido a esse fato, é classificado como um fármaco estimulante de crescimento capilar. Ele foi sintetizado nos anos de 1960 pela companhia Upjohn, e observou-se que pacientes em uso crônico deste fármaco apresentavam um aumento na quantidade de pelos no corpo. Até então, ainda não existiam fármacos capazes de tratar a alopecia androgênica, ou calvície. As pessoas calvas recorriam a xampus, vitaminas e cremes na tentativa de amenizar a queda de cabelos, no entanto, não observavam melhora significativa.
Em 1985, foi estabelecido que 2% era a menor concentração da solução tópica de minoxidil capaz de tratar a calvície sem afetar a pressão sanguínea, sendo liberada para comercialização em 1987. O minoxidil foi o primeiro fármaco aprovado pelo FDA para ser utilizado na restauração de cabelos. O lançamento da solução tópica a 2% pela Upjohn, comercializada sob o nome de "Rogaine", representou um grande sucesso de vendas para a companhia. Quando o fármaco passou a ser comprado sem receita, as vendas anuais ultrapassaram 150 milhões dólares. Hoje em dia, é comercializado como solução a 5% de minoxidil. Com a queda de sua patente, atualmente encontramos medicamentos genéricos com preços mais acessíveis.

 

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O minoxidil age sobre as artérias reduzindo a resistência periférica e com isso promove a queda na pressão arterial. Imagina-se que o minoxidil favoreça a sobrevivência das células dérmicas papilares, ou folículos pilosos, através de um estímulo à proliferação celular e à inibição de enzimas relacionadas a apoptose (morte) destas células. O minoxidil também contribui para diferenciação das células da haste capilar. O nitróxido presente no anel piridina é um coadjuvante que aparenta exercer um papel semelhante ao do óxido nítrico (vasodilatador do sistema circulatório) sobre a vascularização.
Infelizmente, após certo tempo, observou-se que o minoxidil não era tão "milagroso" como dizia a propaganda. Algumas pessoas não observavam o efeito desejado sobre o crescimento de cabelos e tiveram suas expectativas frustradas. Ele gera uma melhora mais significativa sobre as áreas centrais do couro cabeludo do que nas frontais. O medicamento é para o uso tanto de homens como de mulheres, sendo que estas, em geral, apresentam uma resposta melhor. Especialistas e médicos costumam utilizá-lo como um complemento da restauração capilar em cirurgias de transplante de cabelo.
A interrupção do uso regular implica na perda dos resultados obtidos com a terapia dentro de um período de 3 a 6 meses, aproximadamente. Os efeitos colaterais que a utilização tópica de minoxidil pode causar são leve irritação do couro cabeludo e coceira. Quando administrado por via oral, ele pode promover o crescimento de pelos em lugares indesejados, como na face, braços e pernas. Outros efeitos são a taquicardia, dispneia, retenção de fluidos e uma certa pigmentação facial. Como o minoxidil age predominantemente sobre as artérias, seu uso não causa dilatação das veias, logo, é incomum os casos de hipotensão postural.
A síntese original do minoxidil utilizava a diaminocloropirimidina como precursor.

 

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Uma rota sintética alternativa utiliza o ácido barbitúrico como material de partida para a síntese do minoxidil.

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Fontes:  
http://www.crownhairloss.org/history-minoxidil.html
http://www.ishrs.org/nonsurgical-options-rogaine.php
http://www.minoxidil.us/history.htm
Li, J. J. Contemporary Drug Synthesis. Wiley-Interscience, 2004. 
Vardanyan, R; Hruby, V. J. Synthesis of essential drugs. Elsevier, 2006

 

Créditos: 
Hannah Domingos, graduanda do curso de Farmácia da UFRJ, sob a orientação de Rafael Garrett, doutorando em Química do IQ/UFRJ.